quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Para estar bem, Bem-estar

Bem-estar = f (fatos / expectativas)
A sensação de bem-estar e o estado de felicidade dependem da relação entre os fatos e a expectativa. Complicado?
Explico: Se você recebe mais do que esperava, você se sente ótimo. Quando os fatos são piores do que você esperava, você fica frustrado, triste, até depressivo. Se as coisas acontecerem do jeito que você esperava, aí dá empate: o resultado foi igual à expectativa e a sua sensação vai ser neutra, morna, sem gosto.
De que fatos eu estou falando? De tudo o que acontece, de coisas que são o resultado do que você fez e de outras que nem dependem de você. Por exemplo: tirar uma boa nota na prova, ser elogiado naquela apresentação, tudo isso está na sua mão – você é que vai determinar o resultado. Agora, não chover no fim de semana, o seu time ganhar aquele jogo, são coisas que você pode desejar, mas não pode fazer.
E a tal felicidade? Você está vendo que ela depende dos resultados, dos fatos que acontecem, mas depende muito, também, da sua exigência. Há erros de resultados e erros de expectativa.
Mania de perfeição. Se eu exijo nota 10 em tudo, estou frito: se vier o 10, foi só um empate, com uma alegria morna e sem gosto. Se vier 9, foi ruim, 8 será péssimo – e olha que são notas muito boas, né? A expectativa exagerada atrapalha muito, a vaidosa mania de perfeição é um grande defeito!
Então, o certo é ter expectativas bem baixas? Não, esse é o erro oposto. Os dois erros atrapalham o bem-estar e o desenvolvimento: Na expectativa exagerada você pressiona demais o acelerador e o carro, em vez de andar, fica derrapando. Na expectativa baixa demais, você nem aperta o acelerador e o carro também não anda.
A expectativa certa respeita o seu limite real atual e quer fazer, hoje, um pouco melhor do que ontem. Isto, ao longo do tempo, costuma levar a resultados extraordinários. Lembre-se:
A Natureza não dá saltos; por isso, o ser humano teve que inventar a escada.

F é r i a s - e aí ?

Férias:  Descanso, Lazer, Reavaliação e Planejamento
O tempo de trabalho é muito maior que o tempo de férias. Você, por isso, pode ficar resmungando ou, mais esperto,pode tratar de aproveitar bem as férias. E o que é isso, aproveitar? Uma gostosa mistura de quatro ingredientes: Descanso, Lazer, Reavaliação e Planejamento.
Pronto! Lá vem ele dizendo que, nas férias, tem que trabalhar!
Não, não ‘tem que’, não! Isso é só para os adultos em desenvolvimento. Seguindo os escritos do blog do Einstein, você sabe que o dia que realmente interessa é uma mistura de hoje com amanhã. Hojanhã, hoyana, todorrow, au jour d´emain, oggiani, heutorgen... Assim, eu devo curtir o hoje e preparar o amanhã. Isso não é obrigatório, não. É apenas lúcido.
Descanso? Sim, porque há cansaço crônico, tem que haver uma etapa de recuperação. Claro que todo adulto produtivo convive com uma dose de cansaço, mas é realmente importante uma fase de ‘dolce far niente’, pensando e filosofando sobre o Lhufas, sendo um pouco espectador e não sempre ator. Você sabe que não é ‘tomando todas’ e batendo o carro, não é alternando entre o fogo e a ressaca que você mostra a sua liberdade. A liberdade do adulto é ser seu próprio chefe. Um bom chefe, mas chefe, e não babá e nem mordomo da sua criança.
Lazer: Se o descanso está mais ligado ao não fazer, o lazer é muito mais ativo. É fazer mais o que se gosta, conhecer coisas e pessoas novas, encantar-se com umas, desiludir-se e desistir de outras. A divisão esperta do tempo entre o descanso e o lazer deve ser observada. Muitas vezes a gente gasta muito tempo e muita energia em uma coisa já conhecida, fugindo de áreas em que a gente se sente inseguro – é a tendência de permanecer na zona de conforto, que impede o desenvolvimento.Se o nosso bem-estar depende de uma boa relação entre a expectativa e o resultado, a gente deve tomar cuidado com as expectativas exageradas, que trazem um sentimento de decepção.E, do outro lado, caprichar para ter bom resultado, pois assim você se admira – e essa é a base da auto-estima.
Reavaliação: Eu devo observar com honestidade os progressos que eu realizei neste ano. Ganhos de maturidade, de persistência, da capacidade de adiamento de pequenos prazeres em favor de uma meta maior. Desenvolvimento de visão mais realista, sem otimismos infantis, nem pessimismos senis. Daí, mais concentração, ansiedade em nível saudável. Mais disciplina pessoal, maior autoridade interna e maior liberdade em relação aos padrões antigos. Devo alegrar-me com os progressos e ocupar-me com o que ainda deve ser desenvolvido.
Planejamento: Sêneca tem uma frase notável: “O vento nunca sopra a favor de quem não sabe para onde vai”. Nada místico, apenas realista: o resultado da plantação deverá ser muito próximo daquilo que eu plantei – e reguei, adubei e protegi das pragas... A estratégia é uma sucessão de atos para obter um sucessão (sim, um sucesso bem grande, mesmo). Deixar tudo para o talento e a improvisação? Você gostaria que o cirurgião que vai te operar usasse a mesma filosofia? “Sei lá, na hora eu abro e me viro”... Planejar é acrescentar um navegador para o seu rali.
O ano novo já está aí, daqui a pouco as férias terminam, desejamosfazer, neste ano, uma boa viagem de desenvolvimento.