domingo, 27 de outubro de 2013
A M A R A T O N A
Dr. Mauro Moore Madureira
“- Ah, hoje o tema são as corridas?”
Não, você vê a falta que podem fazer as crases! O tema, de fato, é a baixa profundidade do amor, o ‘AMAR À TONA’.
“ - Sim, a crase pode causar um problema sério, um erro crasso e desencadear uma crise... rs, rs, rs. E o tal ‘amar à tona’?”
Amar à tona, o amor superficial, pode ser até intenso, mas é raso. Ouvi um comentário incrível, vindo da esposa de um equilibrista, que fazia uma travessia perigosíssima, andando por um fio, a centenas de metros de altura. Ela disse: “Ai, meu Deus! Eu tenho muito medo de que ele caia, porque aí eu ficaria tão sozinha!” Ora! Ela não estava preocupada com o desespero que ele sentiria se, perdendo o equilíbrio, começasse a cair, sabendo que iria morrer. O intenso sofrimento dele não foi nem cogitado por ela, que, infanto-juvenil (e, portanto, egocêntrica), pensou apenas em si própria e na perda que ela poderia sofrer.
“ - Eu já ouvi, em velórios, a viúva, ou o viúvo, à frente do caixão, morrerem de chorar por pena de si próprios, sem nenhuma lágrima pelo morto, que, afinal, foi quem perdeu tudo”.
Sim, são amores superficiais, sem profundidade. O sentimento pelo outro permanece à tona. Apenas o amor por si mesmo é que vai até lá dentro, perto da alma. No dia-a-dia encontramos pessoas que atingem diferentes profundidades. As pessoas muito simpáticas e sempre alegres, cativando todos, muitas vezes conseguem essa leveza justamente por não se envolverem profundamente com ninguém – portanto não sentem culpas, nem preocupações éticas, sem deveres e responsabilidades. Muito bons para um churrasco, mas não para o cotidiano.
“ - Então, cuidado com os simpáticos?”
Não: cuidado com todos! Não é porque muitos simpáticos são superficiais, que então todos os chatos são profundos. Geralmente os chatos levam os outros para o fundo, do poço, claro. O grande risco é a avaliação apressada, cujo lema é: “Acho que ele é, sim, tudo aquilo que eu queria que ele fosse!”. A partir daí, vêm o precipitado mergulho de cabeça, o galo e a dor da desilusão.
“- Como você costuma falar: tema interessante e importante! Voltaremos a ele?”
Claro, em breve!
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